terça-feira, 14 de maio de 2013

O rato do outro mundo.

Partiu; dessa vez para longe (não voltaria)... Saiu deste mundo real e foi procurar algo menos concreto, que pudesse preencher sua imaginação.
- Você parece um rato, procurando um buraco menos escuro para enfiar-se!
Ratos normais gostam de buracos, são os ratos do mundo concreto. O rato que procura uma luz, não é um rato normal, real ou banal.
Saiu do esgoto pela primeira vez, foi seguir seu destino, instinto; seus devaneios mais obscuros e sua ilusão de querer ser diferente, o fizeram parar de querer viver na imundície. Então partiu! Queria beber, queria fumar e respirar fora do buraco fedido!
Em sua primeira tentativa, o rato saiu do buraco escuro, e em sua primeira visão... Não houve tempo para descrever, nem para experimentar as diversas sensações do outro mundo. A luz corroeu sua vista e o cheiro do mundo fez irritar suas narinas. Pois aquele pé que fazia parte daquele mundo, em fração de segundos esmagou seus miolos, seus devaneios, sensações, felicidade e sua loucura de rato ingênuo.

Bárbara Cristina.


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