terça-feira, 14 de maio de 2013

O rato do outro mundo.

Partiu; dessa vez para longe (não voltaria)... Saiu deste mundo real e foi procurar algo menos concreto, que pudesse preencher sua imaginação.
- Você parece um rato, procurando um buraco menos escuro para enfiar-se!
Ratos normais gostam de buracos, são os ratos do mundo concreto. O rato que procura uma luz, não é um rato normal, real ou banal.
Saiu do esgoto pela primeira vez, foi seguir seu destino, instinto; seus devaneios mais obscuros e sua ilusão de querer ser diferente, o fizeram parar de querer viver na imundície. Então partiu! Queria beber, queria fumar e respirar fora do buraco fedido!
Em sua primeira tentativa, o rato saiu do buraco escuro, e em sua primeira visão... Não houve tempo para descrever, nem para experimentar as diversas sensações do outro mundo. A luz corroeu sua vista e o cheiro do mundo fez irritar suas narinas. Pois aquele pé que fazia parte daquele mundo, em fração de segundos esmagou seus miolos, seus devaneios, sensações, felicidade e sua loucura de rato ingênuo.

Bárbara Cristina.


sábado, 4 de maio de 2013

Aos poetas.

A poesia é uma loucura,
Que apesar de repentina,
Está enraizada.
São raízes que não respeitam hora,
Não respeitam dor,
Muito menos dia santo.
É acordar e ver o rio correr,
Sonhar e descobrir que não havia dormido.
É quando seus dedos escrevem contra você,
Viajando apenas com a mente,
Um papel e uma caneta,
Explorando seu abissal,
Encontrando seu lado ébrio, meigo e descontrolado.
Chegando a ser sombrio,
O modo como as palavras se encaixam,
Nunca ví um poeta feliz,
Deve ser por causa dessa loucura,
De ver o mundo pelo lado que o contradiz.

 Bárbara Cristina. 

 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Nunca senti saudades.



Não sinto saudades,
Nunca senti saudades.
Talvez eu não goste de ninguém,
Ou saudade seja um palavrão...
Mas eu gosto de palavrões,
E não gosto dessa saudade.
Deito-me, mas não durmo,
Consequências da cafeína!
A mente trabalha involuntariamente
Entre o sonho e a realidade,
Inerte, não me lembro do que sonhei,
Nem quando estive acordada,
Lembro que nunca dormi,
Numa noite quente e abafada.
Entre um acordar e outro
O sol chega outra vez,
Apenas para me avisar,
Que mais um dia se passou,
E eu nunca senti saudades.

Bárbara Cristina.